Novembro Azul: um toque pela vida

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O câncer de próstata representa cerca de 70% dos casos de câncer em homens brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Nacional do Câncer.

 

O Novembro Azul, criado em 2008, tem o objetivo de estimular o exame de toque em homens como prevenção para o câncer de próstata. O mês é inteiramente dedicado a ações de prevenção ao câncer e à saúde do homem. Novembro foi escolhido como mês da campanha pelo fato de que no dia 17, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.

Graças à campanha Um Toque, Um Drible, do Instituto Lado a Lado Pela Vida, que foi pioneiro na abordagem de câncer de próstata no Brasil, a ação promovia a mudança no paradigma da ida do homem ao médico para realizar o exame de toque retal.

Em 2012, inspirados pelo Movember (movimento internacional de conscientização e arrecadação de fundos contra a doença), o Instituto passou a mobilizar durante todo o mês de novembro, focando na saúde do homem. Assim, surgiu o Novembro Azul.

É comum prédios e monumentos iluminados com tons azuis durante todo o mês de novembro em todo o Brasil. Também são realizadas ações mobilizadoras, como palestras, em escolas, intuições de ensino, empresas e em locais de grande circulação de pessoas, lembrando da importância da prevenção e realização do exame.

Em 2015, a campanha contou com 463 ações, atingindo 87 milhões de pessoas em todo o país. Mais 2,3 milhões de ações foram feitas em empresas durante esses quatro anos de campanha. Com esses números a mobilização se tornou referência em orientação a população masculina a cuidar melhor da saúde. Hoje o Novembro Azul é a maior campanha de combate ao câncer de próstata do Brasil.

Tocantins

De acordo com a Secretária Estadual de Saúde (Sesau), em 2015, foram registrados 242 casos no Tocantins, neste ano até o mês de junho foram 124 novos casos. Deste novo registro, 76 foram identificados no Hospital Regional de Araguaína (HRA) e 48 no Hospital Geral de Palmas. Segundo a Sesau, ambos os hospitais são os únicos responsáveis pelo atendimento de câncer de próstata no Tocantins, por isso representam os dados de todo o Estado.

O Câncer

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do de pele não-melonoma, e representa cerca de 70% dos casos de câncer em homens brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), referentes à 2014. No mundo, é o sexto tipo mais comum e mais prevalente em homem, representando 10% do total de cânceres. De acordo com o INCA, neste ano, a estimativa é de mais de 61 mil novos casos para uma doença que possui taxa de 90% de cura se o diagnóstico for descoberto no início da doença.

O maior problema, é que o brasileiro devido à resistência ao exame de toque ou falta de informação, acaba descobrindo a doença tardiamente. O exame de toque retal é imprescindível e o único capaz de identificar a doença com precisão.

Exame de toque

O temido e falado exame de toque retal na próstata tem a duração de apenas alguns segundos. A simplicidade do exame contrasta com a baixa procura pela especialidade médica de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia.

O urologista Adelmo Negre diz que os exames são imprescindiveis apra o diagnóstico precoce. (Créditos: Brener Nunes)
O urologista Adelmo Negre diz que os exames são imprescindíveis para o diagnóstico precoce. (Créditos: Brener Nunes)

O exame de toque não é o único que deve ser realizado. A medição da taxa de Antígeno Prostático Específico (PSA), uma enzima produzida pela próstata que permite a liquidez do sêmen, também é um indicativo para o surgimento da doença. Um exame não substitui o outro e, em alguns casos, mesmo com a taxa normal de PSA, o paciente é diagnosticado com a doença.

De acordo com o urologista Adelmo Aires Negre, o PSA analisa a elevação da proteína produzida pela próstata, um dos indicativos para o câncer. E deve ser feito a partir dos 45 anos.

Segundo o médico, homens que apresentarem níveis de PSA entre 0 e 2 apresentam 10% de chance de estar com câncer de próstata; entre 2 e 4, 25%; entre 4 e 10, 35%, e acima de 20, são 50% do diagnóstico positivo da doença. “Essa taxa vale para todas as idades, não apenas para homens acima de 50 anos, por isso todos devem realizar o exame de PSA regularmente”, explica o urologista.

 

 

 

 

Por Brener Nunes

 

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