As redes sociais foram o termômetro das eleições 2016. Os eleitores fiscalizaram e cobraram os candidatos nos seus perfis.
Durante as eleições, candidatos e assessorias identificaram nas redes sociais um canal rápido e de baixo custo para a divulgação de suas ideias e projetos, e uma forma de estreitar as relações com os eleitores. Em 2016, candidatos aos cargos de prefeitos e vereadores tiveram um limite ainda menor de recursos financeiros para gastar em toda sua campanha, o que se constituiu um grande desafio à criatividade para encontrar formas de conquistar o eleitorado com verbas reduzidas.
Segundo Lauanna Miranda, especialista em marketing político, o uso das redes sociais é uma aliada. Comparada a outras mídias, a internet foi perfeita para as campanhas políticas, devido ao baixo custo de investimento. Essa nova forma de interação com os eleitores teve um valor inestimável para os candidatos, que alimentaram as suas campanhas através do debates de ideais e apresentação de sugestões, que possibilitaram uma melhor visão das reais necessidades da população e serviram como termômetro da aceitação das suas propostas de campanha.
Ana Paula Maia, especialista em marketing web, explica sobre as fases a serem cumpridas para a introdução de figuras públicas nas mídias. Inicialmente, ocorre a apresentação do candidato incluindo detalhes sobre o seu perfil, de onde veio, quem são os pais e um breve histórico da sua caminhada. A seguir, começa a divulgação das suas propostas, destacando as realizações durante a sua trajetória política e a adoção de uma narrativa para moldar a personalidade como um cidadão responsável, amigável e experiente, em sintonia com as necessidades e os anseios da população, levantados em pesquisa de aceitação.
A especialista considera o uso do Whats App um achado. Para potencializar o aplicativo, sua equipe criou um programa de rádio, que transmitiu informações no início do dia, no horário de almoço e à noite. Ana ressalta a importância da utilização do humor nas redes sociais para atingir as pessoas de forma mais leve, e explica que essa estratégia é como um amigo mandando uma mensagem dizendo que “até que enfim é sexta” ou que “o vento está levando todo mundo de tão forte”, é uma forma de se aproximar do dia a dia das pessoas, como se fosse uma conversa. A estratégia teve retorno muito positivo e conquistou um público fiel.
O uso das redes sociais não é uma poção mágica, pois não basta apenas criar o perfil nas mídias. A população não confia mais naqueles candidatos que só aparecem no período de campanha. O eleitor digital é bastante crítico e exige respostas aos seus comentários, o que requer atenção, troca de informações e opiniões convincentes. A eleitora Anna Karolina, dona de casa, identificou uma prática que reprova “Alguns candidatos só nos procuram na época de eleições, para saber dos problemas e dizer que precisam da gente para propor soluções. Depois, somem”,pontua.
Por Luara Jacoud
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