As questões ambientais merecem atenção quando o assunto é o desenvolvimento de uma cidade. É indispensável que os gestores de municípios pensem nos impactos que todos os avanços modernos podem causar no meio ambiente. Um dos maiores problemas urbanos hoje é o destino do lixo da população, que pode ser resolvido através de uma solução já bem comum, a coleta seletiva para a reciclagem.

A funcionária pública, Meire Mota, tem essa consciência formada a esse respeito e há 7 anos realiza a divisão do lixo em sua residência. “Sempre me preocupei com o destino do lixo e o quanto ele adoece o nosso planeta, por isso, resolvi por livre e espontânea vontade que tinha chegado o momento de fazer algo para que a minha consciência ficasse um pouco mais tranquila. Então passei a fazer a separação do lixo orgânico. Separo tudo aquilo que acredito ser reaproveitado e deixo no posto de Coleta de um mercado da cidade ou direto na sede da Cooperativa. Faço isso desde 2010”, explica Meire.

O ideal seria que em toda cidade houvesse cestos de lixo divididos e categorizados nas cores da reciclagem: vermelho (plástico), azul (papel), verde (vidro), amarelo (metais), e marrom (orgânicos); para que assim fosse feito o descarte consciente dos resíduos. Infelizmente, nem todos os brasileiros se preocupam com essa causa, deixando por conta apenas do poder público da cidade a responsabilidade da seleção do lixo. Essa atitude de conscientização de cada cidadão deve começar dentro de casa, mas nem sempre é possível dar continuidade à coleta

seletiva por limitações ou inexistência do serviço público nos municípios.

Apenas sete, dos 5.568 municípios brasileiros conseguem atender toda a população com serviços de coleta seletiva, sendo eles: Santos (SP), Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), Itabira (MG) e as capitais Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO). Os dados preocupantes são do estudo Ciclosoft desenvolvido em pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).

Coleta Palmas

Recentemente na capital tocantinense, foi lançado o programa Coleta Palmas, que visa reservar pontos na cidade para que os cidadãos possam descartar conscientemente os lixos de suas residências. O programa tem 26 pontos de coleta mapeados em todas as regiões da Capital, dentro de três tipologias: na primeira são seis Estações de Coleta, onde estão instalados quatro contêineres caracterizados para que sejam depositados três diferentes tipos de materiais (plástico, papel e metal). Também haverá uma Estação de Coleta Itinerante, que percorrerá todos os grandes eventos de Palmas, incentivando à correta separação de resíduos.[Quebra da Disposição de Texto][Quebra da Disposição de Texto]Na segunda tipologia serão 11 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), que contarão com dois contêineres azuis para a separação e coleta de resíduos secos. A terceira terá nove pontos, com caçambas do tipo tira-entulho, que também serão destinadas à separação e coleta de resíduos secos.

A coleta e destinação final dos resíduos das caçambas serão feitas pelas empresas de tira-entulho, em parceria com a Associação Tocantinense de Empresas Transportadoras de Entulhos, Reciclagem e afins (Asteter). Esse material será destinado à Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Centro-Norte de Palmas (Ascampa) e à Cooperam. Serão respeitadas as rotas já existentes para não gerar custos excedentes aos catadores.

Aprendendo com quem faz

A capital paranaense, Curitiba, é uma das cidades que realizam a coleta 100% seletiva do lixo e já serve de exemplo para outras que pretendem seguir o seu modelo. A estudante, Adriane Ferrari, é moradora da capital paranaense e conta que a coleta seletiva é algo levado a sério por lá.

“Há um caminhão para coleta de lixo reciclável aqui em Curitiba. Para descartar o seu lixo nele é preciso apenas que os materiais ou resíduos a serem descartados estejam limpos e em sacolas de lixo na cor azul. Pode misturar tudo, metal, papel, plástico, que ao chegar na reciclagem eles separam tudo. No prédio que eu moro, o síndico me informou que se o descarte for incorreto, por exemplo papel sujo de gordura ou com restos de comida, o cidadão está sujeito a levar multa emitida pela prefeitura.” Relatou Adriane.